Nos últimos anos, o franchising deixou de ser um modelo restrito às grandes capitais. Redes de sucesso têm se expandido para o interior do Brasil, atraídas por custos menores e concorrência reduzida.
Mas a pergunta é inevitável: abrir franquias em cidades pequenas é realmente rentável?
A resposta depende de um tripé essencial — modelo de negócio, estrutura jurídica e análise territorial. E é justamente sobre isso que este artigo vai tratar: como identificar o potencial de uma cidade pequena e evitar armadilhas que podem comprometer a rede.
Oportunidades de franquias em cidades pequenas
A interiorização das franquias é uma tendência consolidada. De acordo com a ABF, mais de 35% das novas unidades abertas em 2024 foram em cidades com menos de 100 mil habitantes.
Os principais atrativos são:
- 💰 Custos operacionais mais baixos (aluguel, equipe e logística).
- 🧍♂️ Menor concorrência direta.
- 🤝 Mercado mais fiel à marca e às relações pessoais.
- 🚀 Possibilidade de se tornar referência local com rapidez.
Para o franqueador, é um território fértil — desde que o modelo seja adaptado e juridicamente estruturado.
O que a lei e o contrato precisam prever quando o assunto é franquias em cidades pequenas
A Lei de Franquias (13.966/19) não diferencia juridicamente uma unidade aberta em capital ou cidade pequena.
Mas as cláusulas contratuais devem refletir a realidade local.
Pontos críticos:
- Territorialidade: defina claramente o raio de exclusividade e atuação.
- Suporte e treinamento: cidades menores exigem suporte remoto estruturado.
- Ponto comercial: cláusulas que permitam adaptação a modelos enxutos (kiosks, contêineres, home based).
- Royalties proporcionais: valores devem refletir o faturamento médio regional.
A personalização contratual é o que garante equilíbrio jurídico e financeiro ao franqueador.
Quando as franquias são rentáveis em cidades pequenas
Uma franquia tende a ser rentável quando:
- O produto ou serviço resolve uma necessidade real da comunidade local.
- A margem de lucro é mantida mesmo com ticket médio menor.
- O franqueado tem perfil forte de relacionamento e gestão local.
- A operação é enxuta e padronizável.
Franquias de alimentação, estética, educação, saúde e serviços digitais têm se mostrado as mais bem-sucedidas nesses cenários.
Insight: rentabilidade não depende do tamanho da cidade, e sim da coerência entre modelo, público e gestão jurídica.
Os riscos que o franqueador precisa evitar
- Falta de estudo de viabilidade local — mercado pequeno não é sinônimo de demanda.
- Suporte insuficiente ao franqueado — distância sem governança gera inadimplência.
- Contratos genéricos — cláusulas não adaptadas à realidade interiorana.
- Falta de controle de performance — sem indicadores claros, a rede perde padrão.
A consequência é o “efeito dominó”: unidades fechando, reputação prejudicada e dificuldade de atrair novos investidores.
Estratégias para expansão inteligente de franquias em cidades pequenas
- Crie modelos flexíveis (microfranquias, containers, operação compartilhada).
- Invista em presença digital para compensar o público reduzido.
- Implemente governança remota: dashboards, auditorias online e suporte híbrido.
- Reforce treinamentos e cultura de rede: proximidade é chave no interior.
E, acima de tudo, mantenha o jurídico integrado ao planejamento de expansão, garantindo que cada novo contrato esteja adequado à realidade local.
O papel estratégico do jurídico nesse cenário
O jurídico deve atuar como inteligência de expansão, não apenas redator de contratos.
É ele quem avalia riscos regionais, define cláusulas de suporte e ajusta royalties conforme o mercado.
“Expandir com segurança não é crescer por crescer — é crescer com estrutura.”
— Thiago Nedeff
Conclusão: cidades pequenas, grandes oportunidades
Franquias em cidades pequenas podem ser altamente rentáveis — quando estruturadas com visão estratégica e base jurídica sólida.
O segredo está em planejar o território, adaptar o modelo e blindar o contrato.
Assim, o franqueador conquista novos mercados com segurança e consistência.
Quer mapear o potencial de expansão da sua marca para o interior com segurança jurídica?



